_Você é muito bom, mas…
26.11.19
Você já deve ter entrado numa sessão de feedback da sua liderança e, depois daquele “quebra gelo” inicial da conversa, recebeu o seguinte elogio: “Você é muito bom na competência X e faz muito bem a entrega Y”.
Tudo bem até aí, certo? Afinal, quem não curte um elogio!
E, quando você achava que a conversa seguiria fluindo em tons de reconhecimento pelo seu trabalho, veio um “mas…”. Aquele famoso e temido “mas“, complementando a maldita “vírgula” que acabava de encerrar o elogio: “Você é muito bom, mas…”.
Os elogios, que haviam durado humildes 2 ou 3 minutos, foram cambiados por “recomendações de melhoria” e estas assumiram o controle do restante da sessão de feedback!
É sabido que este rito faz parte da clássica orientação que as lideranças recebem para que iniciem o feedback com um elogio, depois entrem na parte mais complexa da conversa (apontando os pontos que precisam ser melhorados) e, por fim, encerrem novamente a sessão num tom animador e motivador. Sim, a famosa técnica do “sanduíche”, que, na sua origem, tem associação com a ocitocina, um hormônio produzido pelo corpo humano que é aumentado quando “nos sentimos bem”, quando nos importamos com o outro e vice-versa.
Palavras de encorajamento, amor e elogios tem conexão direta com o “sentir-se bem”, e, por consequência, com o aumento da ocitocina!
Pena que durem apenas 2 ou 3 minutos na maioria das conversas sobre performance, afinal o cacoete do ser humano é, na maior parte das vezes, o de enxergar apenas a parte do copo que está vazia!